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O que é medo e por que o temos?

 

 

Quando pensamos na palavra “MEDO” nos vêm à cabeça também “sentimento”. Mas o que é sentimento? Quando falamos esta palavra, pensamos em algo abstrato. Quando nos perguntam sobre o que é um lápis conseguimos definir muito facilmente e até explicar suas propriedades específicas, mas quando nos perguntam sobre o que são sentimentos, como saudade, felicidade, raiva, medo, se torna difícil explicar. Porém, sentimentos não são coisas “abstratas”, eles na verdade se referem a manifestações de nosso organismo, como por exemplo, alteração de respiração, taquicardia, fala, gestos tais como beijos, abraços entre muitos outros. São estes comportamentos que fazem o nosso corpo passar o que estamos sentindo1.

 

Mas vamos pensar juntos. Ficaria muito estranho se, em uma situação em que caminhássemos por uma rua deserta de noite, falássemos que estávamos com alteração de respiração, taquicardia e sudorese por estarmos em estado de alerta. Assim, a sociedade foi criando nomes para essas manifestações, que hoje conhecemos como amor, tristeza, ódio, e, como no exemplo da rua deserta, o medo1. Deste modo, hoje em dia veremos uma pessoa dizer simplesmente que está com medo de passar na rua deserta.

 

À medida que vamos crescendo nós aprendemos a ter respostas emocionais que antes nos eram desconhecidas e então aprendemos a nomeá-las1. Quando uma criança está há muito tempo sem ver algum parente próximo e pede para vê-lo e os pais/cuidadores perguntam “você está com saudade de tal pessoa?”, eles estão nomeando as manifestações corporais da criança, para que nas próximas vezes ela diga “estou com saudade do vovô”, por exemplo. Assim, podemos dizer que os sentimentos são aprendidos.

 

O medo, que também é um sentimento, pode ser aprendido2. Uma pessoa com medo de dirigir, por exemplo, não “nasceu com esse medo”, ela aprendeu a tê-lo por motivos específicos. Um bebê não tem medo de barata, mas ao ver alguém gritando sempre que alguma barata chega próximo dele pode fazer com que a criança aprenda a ter determinadas manifestações corporais de alerta que ele nomeará, talvez, como medo. Deste modo, nós sentimos medo porque aprendemos a senti-lo. Algumas pessoas possuem medo de uma rua deserta, pois aprenderam, através de relatos ou experiências, que pode ser perigoso.

 

E como a Psicologia pode ajudar em relação a isso? Se aprendemos a ter manifestações que correspondem a, por exemplo, medo de altura, de elevador, etc, podemos trabalhá-las no processo de terapia para que essas manifestações “percam sua força”2, diminuindo o sofrimento que possa estar atrapalhando o cotidiano do indivíduo. São criadas estratégias de enfrentamento, ou mesmo ampliado certos repertórios comportamentais, a fim de auxiliar o indivíduo na sua vida diária.

 

 

REFERÊNCIAS

 

GUILHARDI, Hélio José. Autoestima, autoconfiança e responsabilidade. 2002. Disponível em < http://www.itcrcampinas.com.br/pdf/helio/Autoestima_conf_respons.pdf>. Acesso em: 14-03-2017

 

MEDEIROS, Carlos Augusto de e MOREIRA, Márcio Borges. Princípios básicos da análise do comportamento. Artmed. 2007

 

 

Jean Luca Lunardi Laureano da Silva - Psicólogo

CRP: 06/134351

 

Larissa Silva Sebastião - Psicóloga

CRP: 06/129057